Em poucos anos, o Pix se consolidou como um dos principais meios de pagamento do Brasil. Criado pelo Banco Central em 2020, o sistema de transferência instantânea já faz parte do cotidiano de 60% da população acreana, segundo dados da FGV e do próprio BC. Embora abaixo da média nacional (63%) e de vizinhos como Rondônia (70%) e Amapá (71%), o Acre mostra avanço no uso da ferramenta — e Cruzeiro do Sul não é exceção.
Na segunda maior cidade do estado, comerciantes e consumidores têm adotado o Pix como solução prática, segura e acessível para transações financeiras. A facilidade de realizar pagamentos em segundos, a qualquer hora do dia, tem transformado o comércio local.
Pequenos negócios, grandes mudanças
Em feiras, mercadinhos de bairro e entre trabalhadores autônomos, o Pix tem substituído o dinheiro em espécie e até o cartão de débito. Para muitos, é a primeira vez em que conseguem operar um meio eletrônico de pagamento sem custos adicionais. “A gente não precisa mais se preocupar com troco. O cliente paga na hora e eu recebo na hora. Muito mais prático”, afirma dona Maria, vendedora de hortaliças na feira do bairro Miritizal.
A instantaneidade do Pix também melhora o fluxo de caixa dos pequenos empreendedores. O dinheiro entra na conta em tempo real, permitindo que o comerciante reponha mercadorias ou pague fornecedores no mesmo dia, sem depender de prazos bancários.
Inclusão e desafios
Outro impacto relevante do Pix em Cruzeiro do Sul é a inclusão financeira. Em uma região onde o acesso a agências bancárias ainda é limitado, especialmente em comunidades ribeirinhas e rurais, o uso do celular para movimentar dinheiro representa um avanço importante.
Contudo, nem tudo são facilidades. A dependência da internet e de smartphones ainda é um entrave em algumas áreas. Além disso, a população mais idosa ou com pouca familiaridade com a tecnologia enfrenta dificuldades para utilizar o sistema com segurança.
Há também a preocupação com os golpes. Por se tratar de uma transação instantânea, erros ou fraudes podem ser irreversíveis. Por isso, especialistas alertam para a importância da educação financeira e do uso responsável da ferramenta.
Futuro digital
Em 2024, o Brasil registrou 63,8 bilhões de transações via Pix, somando um volume impressionante de R$ 26,5 trilhões — um crescimento de 54% em relação ao ano anterior. Com esses números, o Pix se firma como o meio de pagamento mais usado no país, à frente do cartão de débito (69%), dinheiro em espécie (68%) e cartão de crédito (51%).
Em Cruzeiro do Sul, o sistema representa não apenas uma modernização das formas de pagamento, mas uma porta de entrada para um futuro mais conectado, seguro e financeiramente acessível para todos.