Notícias Recentes

Maior complexo industrial de café da região Norte será inaugurado no Vale do Juruá

Na Assembleia Legislativa, governo do Acre celebra 50 anos da Expoacre com promessa da maior edição da história

Cruzeiro do Sul isenta categorias do transporte público da taxa de renovação de permissão

Brasileiro João Marinho Neto é confirmado como o homem mais velho do mundo aos 112 anos

Rússia diz que responderá aos ataques ucranianos quando achar adequado

Acidente de trânsito é registrado em rotatória no Centro de Cruzeiro do Sul

Catedral Nossa Senhora da Glória

Cantor Evoney Fernandes grava clipe musical vestindo marca regional do Acre

Mais de 400 estudantes participam da Oficina Redação Nota Mil, promovida pela Aleac em Cruzeiro do Sul

Prefeitura de Cruzeiro do Sul anuncia reforma da UBS Pastor João Braz no bairro João Alves

Os Geoglifos do Acre: Alceu Ranzi e a Redescoberta da Civilização Aquiry

Por Chico Araújo, de Brasília

Neste domingo, 25, o paleontólogo e geógrafo Alceu Ranzi, professor aposentado da Universidade Federal do Acre (UFAC) e presidente do Instituto de Geoglifos da Amazônia, embarca em uma expedição audaciosa na fronteira entre Brasil, Peru e Bolívia. A missão é coletar materiais orgânicos, como fragmentos de cerâmica e carvão, para análise por carbono-14, uma técnica que mede a deterioração desse isótopo para datar vestígios arqueológicos com precisão. O alvo é a civilização Aquiry, que há cerca de 2 mil anos habitou a Amazônia Ocidental, especialmente o Acre e o sul do Amazonas, deixando um legado que desafia antigas concepções sobre a ocupação humana na região.

Os geoglifos, imensas figuras geométricas escavadas no solo, são a marca indelével da civilização Aquiry. Compostos por valas e muretas que formam círculos, quadrados, hexágonos e octógonos — alguns com mais de 100 metros de diâmetro —, esses monumentos provavelmente serviam a rituais religiosos e celebrações, não a defesas ou moradias. Entre 1000 a.C. e o início da era cristã, os Aquiry dominavam a geometria, criando desenhos colossais com ferramentas rudimentares de madeira e pedra. Curiosamente, seu desaparecimento coincide com o abandono de sítios no deserto de Yacatan, no México, sugerindo possíveis conexões culturais ou impactos climáticos que abalaram civilizações nas Américas.

Entre 15 e 20 deste mês, Ranzi e sua equipe descobriram novos geoglifos em Boca do Acre e Lábrea, no Amazonas, anunciados em coletiva no dia 22, no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), em Manaus. Com mais de mil geoglifos catalogados, Ranzi acredita que o número total seja ainda maior. “No Amazonas, o trabalho com os geoglifos está apenas começando”, declarou. A pesquisa, que reúne arqueólogos, geógrafos, ecólogos, engenheiros e arquitetos, reflete a complexidade dessas estruturas. Descobertos inicialmente em 1977, por Ondemar Dias com a participação de Ranzi, então estudante, os geoglifos ganharam visibilidade com o desmatamento e, a partir dos anos 2000, com tecnologias como imagens de satélite do Google Earth e LIDAR, que revelam formas sob a vegetação densa.

A redescoberta dos geoglifos reescreveu a história da Amazônia, antes vista como um vazio cultural. Ranzi, que estuda essas estruturas há 30 anos, publicou obras como Geoglifos do Acre: Passado Profundo e Amazônia: Os Geoglifos e a Civilização Aquiry (com Martti Pärssinen), além de artigos em revistas renomadas como Science e The Guardian. Suas colaborações com instituições como a Universidade de Helsinque culminaram na indicação dos geoglifos como Patrimônio da Humanidade pela UNESCO em 2015. Essas descobertas revelam uma Amazônia vibrante, com sociedades complexas, desafiando narrativas eurocêntricas e reforçando a urgência de preservar esse legado para entender a história da humanidade.

A busca de Ranzi transcende fronteiras e inspira o mundo. Seus estudos abrem janelas para um passado em que a Amazônia era um polo de inovação cultural, com povos que moldaram a paisagem com precisão e propósito. A cada novo geoglifo descoberto, reforça-se a importância de proteger a floresta, não apenas como ecossistema, mas como arquivo vivo da história humana. As expedições de Ranzi são mais que ciência: são um convite a repensar nossa relação com o passado e a reconhecer a genialidade dos povos que, há milênios, transformaram a Amazônia em um cenário de monumentos eternos.”Nós esperamos que num futuro breve as imagens estejam nas cartilhas. Que nos livros que se dão aula não tenham só as pirâmides do Egito, Mesopotâmia, tenhamos as nossas relíquias do nosso povo aqui da Amazônia”, afirmou Ranzi.

Últimas Notícias

  • All Post
  • Ação social
  • Acidente
  • Acre
  • Agricultura
  • Agronegócio
  • Ambiente
  • Blog
  • Brasil
  • Clima
  • Cultura
  • Denúncia
  • Economia
  • Economia Rural
  • Educação
  • Esportes
  • História Local
  • Indústria
  • Policial
  • Política
  • Popular
  • Saúde
  • Segurança
  • Tecnologia
  • Turismo
    •   Back
    • Internacional

Deixe seu comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Siga-nos

Notícias Populares

  • All Post
  • Ação social
  • Acidente
  • Acre
  • Agricultura
  • Agronegócio
  • Ambiente
  • Blog
  • Brasil
  • Clima
  • Cultura
  • Denúncia
  • Economia
  • Economia Rural
  • Educação
  • Esportes
  • História Local
  • Indústria
  • Policial
  • Política
  • Popular
  • Saúde
  • Segurança
  • Tecnologia
  • Turismo
    •   Back
    • Internacional

Trending Posts

  • All Post
  • Ação social
  • Acidente
  • Acre
  • Agricultura
  • Agronegócio
  • Ambiente
  • Blog
  • Brasil
  • Clima
  • Cultura
  • Denúncia
  • Economia
  • Economia Rural
  • Educação
  • Esportes
  • História Local
  • Indústria
  • Policial
  • Política
  • Popular
  • Saúde
  • Segurança
  • Tecnologia
  • Turismo
    •   Back
    • Internacional

Nosso Instagram

Categorias

Tags

    Edit Template

    Nunca perca uma nóticia, inscreva-se em nossa NewsLetter

    You have been successfully Subscribed! Ops! Something went wrong, please try again.

    Trending Posts

    • All Post
    • Ação social
    • Acidente
    • Acre
    • Agricultura
    • Agronegócio
    • Ambiente
    • Blog
    • Brasil
    • Clima
    • Cultura
    • Denúncia
    • Economia
    • Economia Rural
    • Educação
    • Esportes
    • História Local
    • Indústria
    • Policial
    • Política
    • Popular
    • Saúde
    • Segurança
    • Tecnologia
    • Turismo
      •   Back
      • Internacional

    © 2024 Cipó News. Todos os Direitos Reservados