Desde a última quinta-feira, 12 de junho, equipes do Corpo de Bombeiros do Acre estão mobilizadas nas buscas por Nilo. Apesar do empenho diário, os militares vêm sendo alvo de críticas nas redes sociais e em conversas de rua, acusados de lentidão e ineficiência na operação. Diante das acusações, a corporação esclareceu as dificuldades enfrentadas e os riscos envolvidos no trabalho de resgate subaquático.
Segundo os bombeiros, o cenário das buscas é extremamente perigoso. O rio onde o idoso desapareceu possui correnteza forte, visibilidade zero e diversos obstáculos submersos, como galhos e balseiros, que dificultam a ação dos mergulhadores. Além disso, o mergulho é considerado uma das atividades mais arriscadas do mundo, e exige cuidados específicos, especialmente em operações prolongadas.
Um dos principais desafios é o tempo necessário para a recuperação do corpo entre os mergulhos. Durante a imersão, o organismo absorve nitrogênio, e o acúmulo dessa substância pode provocar graves sequelas à saúde do mergulhador caso não haja uma pausa adequada entre os mergulhos. Ainda assim, por respeito à dor da família, os bombeiros têm realizado mergulhos consecutivos, mesmo com o risco à própria saúde.
A corporação destaca ainda que, mesmo com todo o esforço, nem sempre é possível localizar o corpo de uma vítima. Rios como o da região podem arrastar e esconder corpos em pontos de difícil acesso, o que torna a operação ainda mais complexa. Isso, no entanto, não deve ser confundido com descaso ou negligência.
“Estamos lidando com uma situação de alto risco, que exige técnica, preparo e, acima de tudo, respeito à dor da família. As críticas não refletem o que acontece na linha de frente. Nossos militares têm se dedicado ao limite, colocando suas vidas em risco todos os dias”, disse um representante da corporação.
O Exército também passou a colaborar com as buscas nos últimos dias, e a comunidade tem demonstrado apoio por meio de manifestações de fé e solidariedade. Ainda assim, os profissionais destacam que o trabalho tem sido emocionalmente desgastante e pedem mais compreensão.
“Bombeiros também são pessoas. Têm família, sentem medo, cansaço e frustração. Não somos indiferentes à dor de ninguém, mas também não somos super-humanos. Fazemos tudo o que está ao nosso alcance, com seriedade e comprometimento.”