No dia 26 de novembro de 2024, o brasileiro João Marinho Neto, de 112 anos e 52 dias, foi oficialmente reconhecido pela LongeviQuest como o homem mais velho do mundo. Nascido em 5 de outubro de 1912, em Maranguape, no Ceará, João é também o último homem vivo nascido naquele ano. Sua história, marcada por trabalho árduo, laços familiares e superação, inspira pessoas ao redor do globo. Mas o que torna a trajetória desse cearense tão especial? Vamos mergulhar na vida desse supercentenário e descobrir o segredo de sua longevidade.
Origens humildes e trabalho no campo
João nasceu em uma família de agricultores em Maranguape, no interior do Ceará. Ainda criança, aos quatro anos, já ajudava o pai nas tarefas do campo, cuidando do gado e colhendo frutos de juazeiro. Sua vida foi moldada pelo trabalho rural, uma constante que o acompanhou por décadas. Após se mudar com os pais para uma área rural de Apuiarés, João continuou a cultivar a terra, seguindo os passos do pai. Ele plantava milho e feijão em terras herdadas por sua esposa, Josefa Albano dos Santos, e criava gado, cabras, porcos e galinhas.
Essa conexão com a terra e o trabalho manual não apenas sustentou sua família, mas também parece ter contribuído para sua vitalidade. Será que o contato com a natureza e a simplicidade do campo são parte do segredo para uma vida tão longa?
Uma vida Familiar rica e numerosa
João construiu uma família grande e unida. Casado com Josefa Albano dos Santos (1920–1994), teve quatro filhos: Antônio, José, Fátima e Vanda. Após a morte de Josefa, ele formou uma nova família com Antonia Rodrigues Moura, com quem teve mais três filhos: Vinícius, Jarbas e Conceição. Hoje, João é pai de seis filhos vivos, avô de 22 netos, bisavô de 15 bisnetos e tataravô de três tataranetos. Para ele, o segredo de sua longevidade está justamente em manter os entes queridos por perto e estar rodeado de boas pessoas. Como ele mesmo disse: “Viver cercado de pessoas boas é o que me mantém aqui.”
Essa ênfase na família levanta uma questão: será que a força dos laços afetivos é tão importante quanto a alimentação ou o estilo de vida para viver mais de um século?
Superando adversidades
A vida de João não foi isenta de desafios. Ele enfrentou várias secas severas que castigaram o Nordeste brasileiro ao longo dos anos. Apesar disso, sua determinação e trabalho árduo o levaram a construir uma vida financeiramente estável, acumulando terras e propriedades. Essa resiliência diante das adversidades é um testemunho de sua força de caráter. Como alguém consegue atravessar tantas dificuldades e ainda chegar aos 112 anos com saúde e disposição? A história de João sugere que a perseverança e o otimismo podem fazer toda a diferença.
Reconhecimento internacional
A LongeviQuest, organização especializada em validar a idade de supercentenários, confirmou João como o homem mais velho do mundo após o falecimento do britânico John Tinniswood, também de 112 anos, em 2024. Antes disso, João já era reconhecido como o homem mais velho do Brasil e da América Latina, título que assumiu após a morte do venezuelano Juan Vicente Pérez, de 114 anos, no início de 2024. Um representante da LongeviQuest declarou: “Extendemos nossas calorosas congratulações a ele e sua família por essa conquista notável. Desejamos a ele saúde contínua e muitos anos de felicidade. Sua história é uma inspiração para pessoas em todo o mundo.”
Curiosamente, o Brasil também abriga a mulher mais velha do mundo, a freira Inah Canabarro Lucas, de 116 anos, conforme reconhecido pela LongeviQuest. O que faz do Brasil um lugar tão especial para a longevidade? Seria o clima, a cultura ou algo mais profundo?
O segredo da longevidade
Além de destacar a importância da família, João não revelou segredos mirabolantes para sua longevidade. Sua vida simples, conectada à terra e às pessoas que ama, parece ser a chave. Estudos sobre supercentenários, como os conduzidos pela LongeviQuest, sugerem que fatores como genética, estilo de vida ativo e apoio social desempenham papéis cruciais. No caso de João, a combinação de trabalho físico, alimentação baseada em produtos naturais do campo e laços familiares fortes parece ter criado a fórmula perfeita.
Para quem busca inspiração, a história de João nos faz refletir: o que podemos aprender com aqueles que vivem mais de um século? Talvez a resposta esteja em valorizar as coisas simples, como a família, o trabalho honesto e a resiliência diante dos desafios.
O legado
Aos 112 anos, João Marinho Neto não é apenas o homem mais velho do mundo, mas um símbolo de resistência, amor pela família e conexão com a terra. Sua trajetória, desde os campos de Maranguape até o reconhecimento global, mostra que uma vida longa e plena é construída com simplicidade e propósito. Enquanto celebramos sua conquista, fica a pergunta: o que podemos fazer hoje para viver com mais significado e, quem sabe, alcançar uma longevidade tão impressionante quanto a de João?