O município de Jordão, um dos mais isolados do Acre, enfrenta atualmente um cenário crítico de abastecimento devido à seca histórica que reduz o nível dos rios, dificultando o transporte de mercadorias essenciais para a população. Para chegar à cidade, o acesso é feito apenas por via fluvial ou aérea, aumentando os custos e os riscos da logística.
De acordo com relatos de comerciantes locais, a viagem de barco que antes levava cerca de 12 dias para trazer mantimentos pode chegar a 20 ou 22 dias, especialmente devido ao baixo nível do rio, e o risco de assaltos nas embarcações. O empresário Alexandre Aquino, que atua no comércio local, destacou a dificuldade:
“O negócio aqui é complicado. Tudo aumentou, o frete está mais caro, a dificuldade de trazer mercadoria é grande, e quem mais sofre é a população. Temos que sacrificar nossos próprios preços para garantir que as pessoas consigam comprar o básico.”
O impacto da seca reflete diretamente nos preços dos produtos básicos. Segundo comerciantes, os valores praticados atualmente são:
- Frango: R$ 25/kg
- Gasolina: R$ 12/litro
- Arroz: R$ 10/kg
- Açúcar: R$ 8/kg
- Macarrão: R$ 8/kg
- Óleo de soja: R$ 12/litro
Além do aumento de preços, os moradores enfrentam dificuldades para manter o abastecimento, já que muitas embarcações não conseguem navegar devido à baixa profundidade dos rios, e há registro de assaltos a canoas, aumentando ainda mais os riscos e os custos do transporte.
A seca histórica que atinge o Acre também afeta cidades vizinhas, como Cruzeiro do Sul, onde o Rio Juruá chegou à menor cota do ano, forçando embarcações maiores a suspenderem operações.