O avanço do comércio informal em Cruzeiro do Sul tem chamado a atenção de especialistas e lideranças comunitárias. Em meio ao aumento do desemprego formal e à escassez de oportunidades, a população busca alternativas de sobrevivência por meio da venda direta de produtos como banana, churrasquinho, frutas, doces e lanches em pontos estratégicos da cidade.
De acordo com dados do IBGE (2023), mais de 40% da população economicamente ativa do Acre atua na informalidade. Esse índice é ainda mais acentuado em municípios do interior, como Cruzeiro do Sul, onde o mercado formal é restrito e a burocracia afasta pequenos empreendedores da regularização.
A figura do Microempreendedor Individual (MEI), instituída pela Lei Complementar nº 128/2008, representa a principal porta de entrada para a formalização de trabalhadores informais. O MEI permite ao empreendedor emitir notas fiscais, ter acesso à aposentadoria e benefícios do INSS, além de facilitar o acesso ao crédito com juros reduzidos. Em contrapartida, exige um faturamento anual de até R$ 81 mil e a contribuição mensal simbólica que gira em torno de R$ 70.
Em Cruzeiro do Sul, no entanto, muitos trabalhadores ainda desconhecem os benefícios da formalização ou não contam com apoio técnico para realizar o cadastro e manter a regularidade da empresa. “É comum encontrarmos pessoas que trabalham há anos na informalidade, mas que têm potencial para crescer e gerar empregos, se tivessem apoio para se formalizar”, destaca um agente local do SEBRAE.
Diante desse contexto, especialistas apontam que a Prefeitura e o Governo do Estado devem adotar uma política pública integrada que una capacitação empreendedora, incentivo à formalização, linhas de microcrédito, e reorganização dos espaços urbanos de comércio ambulante. Além disso, programas sociais como o Cidade Empreendedora, já implementado em outros municípios brasileiros, podem ser replicados localmente com resultados significativos.
A proposta é clara: transformar o comércio informal em uma oportunidade real de desenvolvimento econômico sustentável e inclusão social. Para isso, é necessário planejamento, articulação institucional e vontade política.

07/06/2025/
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