Wendila Maria Sales, de 22 anos, moradora de Cruzeiro do Sul, denunciou ter sido vítima de uma abordagem violenta e abusiva por parte de três policiais militares no último domingo (27), no município do Guajará. Segundo ela, a ação ocorreu sem qualquer justificativa legal.
Wendila atua como moto-uber e também como vendedora. No dia do ocorrido, ela e um amigo, que também trabalha como motorista por aplicativo, foram até o município para deixar dois jovens que participariam de um aniversário.
Ela relata que já estavam afastados do local da festa, quando os policiais passaram em uma viatura e um deles a acusou de ter feito um comentário. A abordagem evoluiu rapidamente para ofensas verbais e, em seguida, agressões físicas.
Durante a ação, Wendila chegou a receber uma rasteira, resultando em machucados na perna e bateu a cabeça na viatura. Segundo ela, só não se feriu com mais gravidade porque conseguiu se apoiar em um dos colegas presentes. Em um dos momentos mais tensos do relato, ela afirma: “Saíram os três de dentro do carro e começaram essa agressão, três homens para uma mulher. Isso é revoltante. Eu estou traumatizada, traumatizada.”
Mesmo machucada, foi levada à delegacia, onde permaneceu por algumas horas, mas sem ser algemada ou colocada em cela. Após realizar o corpo de delito, foi liberada. A jovem afirma que não havia ingerido bebida alcoólica nem feito uso de entorpecentes, e chegou a solicitar que fossem feitos testes para comprovar isso, mas os policiais recusaram.
Ela conta que nunca teve passagem pela polícia e que essa foi a primeira vez que entrou em uma delegacia. O episódio causou um profundo abalo emocional e psicológico. Segundo Wendila, o constrangimento, a humilhação e a violência sofrida são marcas que dificilmente serão apagadas.
A jovem já procurou um advogado e disse que vai denunciar o caso oficialmente. Ela também pretende conversar com o comandante da Polícia Militar do Guajará.
Tentamos contato com a PM de Guajará, no Amazonas, mas até a publicação desta matéria, não tivemos retorno. O espaço segue aberto para a versão dos policiais, nos fatos.