Uma mulher de 69 anos foi indenizada em R$14 mil após sofrer um acidente dentro do Hospital Epaminondas Jácome, em Xapuri, interior do Acre. Em 2015, quando tinha 59 anos, ela caiu em uma fossa localizada nos fundos da unidade, enquanto aguardava a chegada do Instituto Médico Legal (IML) no necrotério para o reconhecimento do corpo de um sobrinho.
A decisão judicial determinou o pagamento de R$10 mil por danos morais e R$4 mil por danos estéticos. O Estado ainda pode recorrer.
De acordo com informações do g1 Acre, o caso se transformou em processo judicial que se estendeu por oito anos, sendo iniciado em 2017, após incentivo de familiares e da advogada Silvana Cristina, filha de uma amiga da vítima.
No dia 10 de janeiro de 2015, a mulher saiu de Rio Branco por volta das 11h e chegou a Xapuri no início da tarde. Ao caminhar pelo corredor lateral do hospital, próximo ao muro, a tampa de uma fossa cedeu e ela caiu.
A água do esgoto atingiu metade do corpo da vítima, que foi socorrida por dois homens. Durante o resgate, seus pés ficaram presos em ferros dentro da estrutura. Após conseguir se soltar, foi retirada e encaminhada para atendimento médico.
O acidente resultou em um corte no braço, que exigiu dez pontos. “Sangrei muito porque cortou vasos, mas graças a Deus não cortou nervo nenhum. Não fiquei com sequela, só com a cicatriz enorme dos dez pontos”, relatou.
A vítima contou que sentiu pânico ao cair, chegando a acreditar que seria levada pela água até o Rio Acre. Ela também destacou a falta de sinalização no local.
“Agora tinha que ser comigo?! Tanta gente passou e essa tampa não quebrou. E a gente nem via que era uma tampa, não tinha nenhuma sinalização”, afirmou.
Após o acidente, foi atendida no hospital e precisou permanecer em Xapuri por alguns dias, por orientação médica. A irmã que a acompanhava retornou a Rio Branco de ônibus, enquanto ela ficou hospedada na casa de familiares até se recuperar para voltar dirigindo.
Dois anos após o acidente, a mulher decidiu ingressar com uma ação na Justiça. A decisão foi proferida oito anos depois, estabelecendo a indenização de R$14 mil.
Inicialmente, ela pensava em utilizar o valor para uma cirurgia plástica, mas, após o tempo decorrido, afirmou que não tem mais essa intenção. “Já estou com 69 anos, já se passaram dez anos desse caso e oito desde que entrei na Justiça. Nem penso mais nisso.”
Apesar do susto, hoje a idosa afirma que encara o episódio com mais leveza. Ela ainda tem receio de caminhar em calçadas, mas diz não se importar mais com as lembranças do acidente.
“No início eu estava apavorada. Hoje, graças a Deus, já superei. Ainda tenho receio de andar em calçadas com medo de cair em outro buraco, mas, quando alguém me chama de mulher que caiu na fossa, eu acho graça. Não me afeta em nada.”