Durante participação na 50ª edição da Expoacre, o vice-presidente da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), deputado estadual Pedro Longo (PDT), confirmou sua pré-candidatura a deputado federal nas eleições de 2026. Na ocasião, o parlamentar abordou temas centrais para o desenvolvimento do estado, como a produção rural, a legislação ambiental e os desafios enfrentados por pequenos produtores.
Pedro Longo explicou que a decisão de disputar uma vaga na Câmara dos Deputados foi tomada em conjunto com sua equipe política. “Já reuni meu grupo de trabalho e tomamos a decisão de concorrer a deputado federal. Talvez eu seja o único, entre os deputados estaduais, que já formalizou essa decisão. Estamos construindo esse caminho com responsabilidade e diálogo”, afirmou.
Com ampla formação jurídica e experiência no Judiciário, o parlamentar destacou que grande parte das normas que impactam diretamente a população são de competência federal. “As principais leis que afetam a vida das pessoas — como as normas constitucionais, ambientais, tributárias e civis — são feitas em Brasília. A margem de atuação dos estados é muito pequena, por isso é fundamental fortalecer a presença do Acre no Congresso Nacional”, explicou.
Defesa da produção rural
Ao comentar o cenário econômico do estado, Longo defendeu que o Acre deve reduzir sua dependência do setor público e investir nas potencialidades da agricultura, pecuária e turismo. “Não é possível que as prefeituras e o governo absorvam toda a mão de obra, especialmente a juventude. Precisamos apostar nas riquezas que já temos: terras férteis, clima favorável e um povo disposto a trabalhar”, disse. Ele ressaltou ainda que prefere usar os termos “agricultura e pecuária” ao invés de “agronegócio”, reforçando sua proximidade com os produtores tradicionais.
Críticas a embargos e entraves ambientais
Longo voltou a criticar o excesso de embargos ambientais e operações fiscalizatórias consideradas abusivas em áreas produtivas do estado. Ele citou, como exemplo, as recentes ações em reservas extrativistas, como a Chico Mendes, e questionou a postura de órgãos como o ICMBio. “Vimos ações truculentas que assustam a população e dificultam a vida de quem produz. É preciso mostrar que é possível aliar produção com responsabilidade ambiental. Mas isso só será viável se houver incentivo real, não apenas discurso”, declarou.
De acordo com o parlamentar, só em Feijó há aproximadamente 700 propriedades e posses embargadas. Ele alertou que, com a obrigatoriedade do rastreamento bovino até 2027, essas irregularidades poderão impedir pequenos produtores de comercializarem seus rebanhos, comprometendo toda a cadeia produtiva. “Hoje, quem finaliza o gado precisa estar regular. Com o novo sistema, até quem cria bezerro terá que estar 100% em dia. Isso pode ser desastroso se não houver regularização imediata”, alertou.
Propostas para destravar o setor produtivo
Entre as medidas defendidas por Longo está a ampliação da anistia ambiental a pequenos produtores e a aplicação das ferramentas previstas no Código Florestal. “O que foi feito até 2008 já está anistiado, mas queremos ampliar essa data. O Código também permite que estados com mais de 65% de áreas preservadas — como é o caso do Acre — reduzam a exigência de reserva legal de 80% para 50% em áreas privadas. Essa mudança faria uma diferença enorme na vida de quem produz”, ressaltou.
Desenvolvimento com preservação
O parlamentar também destacou a importância de debater um novo modelo de desenvolvimento para a Amazônia, que alie preservação ambiental e geração de renda. Ele elogiou a presença de lideranças nacionais comprometidas com esse debate e reforçou que o Acre pode ser exemplo de equilíbrio. “Precisamos pensar em alternativas reais: mecanização, acesso a crédito, políticas públicas que estimulem quem vive na floresta. Preservar, sim — mas com dignidade para quem mora aqui”, concluiu.

















