Um levantamento divulgado na última semana pela Folha de S. Paulo, com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), do Ministério da Saúde e do Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais das Nações Unidas, apontou que, em 2022, três cidades do Acre figuraram entre as dez com maiores índices de gravidez na adolescência no país.
O pior cenário é o de Tarauacá, que ocupa o 2º lugar no ranking nacional, com taxa de 12,5 gestações para cada 1.000 meninas de 10 a 14 anos — ficando atrás apenas de Pacaraima, em Roraima, que registra 15,6 gestações para cada mil. Brasileia aparece na 7ª posição, com índice de 10,2, e Sena Madureira está em 9º lugar, com taxa de 9,4.
O estudo revela ainda que oito das dez cidades com maiores índices de gravidez precoce estão localizadas na Região Norte. Além do Acre e de Roraima, o Amazonas tem três municípios no ranking e o Amapá, um.
Dados do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc/Datasus) mostram que, a cada hora, 44 adolescentes dão à luz no Brasil, sendo que cinco delas têm menos de 15 anos. Em muitos casos, essas gestações estão relacionadas a situações de violência sexual, já que, pela legislação brasileira, qualquer relação com menores de 14 anos é considerada estupro de vulnerável. Apesar disso, apenas 4% dessas meninas conseguem acesso ao aborto legal.
O impacto da gravidez precoce também se reflete na vida escolar e profissional. Segundo o IBGE, a gestação é a principal causa de evasão escolar entre meninas na América Latina. No Brasil, 60% das mães adolescentes não estudam e nem trabalham.
Redação Rede Cipó News


















