A cerimônia de certificação do Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja PPL 2024), realizada nesta terça-feira (26) em Rio Branco, marcou um novo capítulo na vida de Romário Cavalcante, de 35 anos. Cumprindo pena sob monitoramento eletrônico e usando tornozeleira, ele foi um dos 129 aprovados que receberam o certificado de conclusão do ensino médio.
Romário, que ainda tem dois anos de cumprimento de pena pela frente, contou que decidiu enfrentar o desafio para garantir um futuro melhor para si e para a família. “A prova para mim foi boa, porque eu tive a oportunidade de estudar. Recebi o material, me preparei e, graças a Deus, consegui passar de primeira. Isso é muito importante, porque eu não tinha terminado os estudos. Lá dentro eu já pensava: como vai ser quando eu sair? Se já é difícil arrumar emprego com estudo, imagina sem”, relatou.
Pai de família, ele acredita que a certificação abre portas para novos caminhos, inclusive acadêmicos. “Agora que eu concluí o ensino médio, quero dar continuidade. Meu objetivo é cursar Direito, ser advogado. Essa oportunidade que tive dentro do sistema já é um tempo ganho, que vou aproveitar aqui fora para seguir em frente”, afirmou.
Além do certificado, Romário também conquistou espaço no mercado de trabalho. Atualmente, ele é diretor técnico da Cooperativa de Pesca Trabalho e Serviço – Unidos pelo Direito de Viver (UDDV). “Hoje tenho uma responsabilidade dentro da cooperativa e sou muito grato por isso. Só tenho a agradecer a Deus. Quero mostrar que existe esperança, mas depende de cada um ter força de vontade e decidir mudar de vida”, destacou.
O relato de Romário simboliza o objetivo maior da iniciativa do governo do Acre e do Iapen: usar a educação como instrumento de ressocialização, dando às pessoas em situação de privação de liberdade a chance de reescrever suas histórias.