Nesta sexta-feira (03), a Unidade Penitenciária do Vale do Juruá celebrou a formatura de 23 pessoas privadas de liberdade no curso de Marcenaria de Esquadrias, promovido em parceria com o Sesi/Senai. A cerimônia de certificação, realizada na unidade, marcou o encerramento de mais de 200 horas de capacitação, destacando a importância da ressocialização e da qualificação profissional para a reintegração à sociedade.
O presidente do Instituto de Administração Penitenciária (IAPEN), Marcos Frank Costa Silva, destacou a relevância da iniciativa: “A reintegração social é um dos pilares da nossa gestão. Este curso é uma oportunidade de moldar essas pessoas, oferecendo um meio de subsistência para quando retornarem à sociedade”. Ele também enfatizou a parceria com o Senai e o Tribunal de Justiça, que desempenham papéis fundamentais no processo de ressocialização, alinhado à diretriz do Plano Pena Justa, recentemente assinado pelo governador do Acre e encaminhado para homologação no Supremo Tribunal Federal (STF).
Além da entrega dos certificados, a unidade recebeu equipamentos, como televisores, destinados ao uso tanto dos reeducandos quanto dos servidores. “Esses equipamentos representam um cuidado a mais e um investimento na qualidade do serviço prestado à população”, afirmou Marcos Frank. Ele também anunciou a criação de um centro de bem-estar e saúde para os servidores penitenciários, sob responsabilidade do Departamento de Assistência aos Servidores Penitenciários (DASP), visando melhorar as condições de trabalho e atendimento.
Capacitação e Oportunidades
O curso, com carga horária de 270 horas, foi ministrado pelo marceneiro Antônio Nascimento Coelho, que atua na área há 30 anos. Ele destacou a dedicação dos alunos: “Pelo menos 10 deles estão aptos a ingressar no mercado de trabalho. Ensinamos desde os movimentos mais básicos até técnicas mais complexas, como aéreos horizontais e verticais. Eles aprenderam a fazer cadeiras, mesas, portas e janelas”. Coelho celebrou o sucesso do curso, atribuindo o resultado ao empenho dos reeducandos: “Eles se dedicaram muito, e o material produzido aqui é prova disso. Estou feliz por passar meu conhecimento adiante”.
Perla Borges, gerente da Unidade Sesi/Senai do Juruá, reforçou a importância da qualificação: “Este curso capacita os reeducandos do nível básico ao intermediário, permitindo que saiam prontos para buscar empregos em marcenarias locais ou até mesmo continuar sua formação no Senai. É uma oportunidade de transformação por meio da educação e do trabalho”.
Impacto na Vida dos Reeducandos
Um dos formandos, um reeducando de 53 anos que cumpre pena há dois anos, compartilhou o impacto do curso em sua vida: “Estar privado de liberdade é difícil, mas um curso como esse agrega muito. Ele nos dá uma nova profissão e a chance de ajudar nossas famílias quando voltarmos à sociedade”. Ele também destacou a remissão de pena, com cerca de 23 dias reduzidos devido às 270 horas de curso, o que representa um incentivo adicional para os participantes.
A iniciativa reforça o compromisso do sistema penitenciário com a reintegração social, oferecendo ferramentas para que os reeducandos possam construir um futuro melhor, contribuindo para a redução da reincidência criminal e o fortalecimento da comunidade.



















