Com a chegada do verão amazônico e a consequente seca dos rios, o deputado estadual Pedro Longo (PDT) voltou a manifestar profunda preocupação com o isolamento vivido pelas populações de Porto Walter e Marechal Thaumaturgo, no interior do Acre. A ausência de uma ligação terrestre com esses municípios, somada à dependência quase total do transporte fluvial, agrava os desafios enfrentados pelas famílias, sobretudo no período de estiagem.
Segundo o parlamentar, além do isolamento físico, o verão traz impactos diretos na vida da população, como a escassez de alimentos e o aumento expressivo nos preços dos produtos básicos, já que o transporte pelos rios se torna mais lento, caro e arriscado. “A gente não está falando só de estrada. Estamos falando de comida que demora a chegar, de preços que dobram, de famílias que ficam desassistidas”, alertou Longo.
O deputado tem defendido, de forma insistente, a necessidade de acelerar o processo de licenciamento ambiental da estrada que ligará Cruzeiro do Sul a Porto Walter e, futuramente, a Marechal Thaumaturgo. Ele destacou que já existe consenso técnico de que o traçado original da via não passa por áreas indígenas, o que atribui ao Instituto de Meio Ambiente do Acre (IMAC) a responsabilidade legal pela autorização da obra. “Se não atravessa terra indígena, então o licenciamento é estadual. Está nas mãos do IMAC destravar esse processo”, frisou.
Longo também sugeriu que o Estudo de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) se concentre apenas nos trechos ainda não abertos, como forma de dar celeridade ao andamento do projeto. “O que precisa ser feito é acelerar com responsabilidade. Não podemos continuar parados, enquanto as pessoas pagam caro pela demora”, afirmou.
Outro ponto de destaque foi a ausência de coordenação institucional entre os órgãos públicos. O deputado cobrou que a Procuradoria-Geral do Estado (PGE) assuma a articulação jurídica do projeto, fazendo a ponte entre o IMAC, as prefeituras locais e demais entes envolvidos. “Se essa estrada é uma política pública, então o governo tem que assumir a frente. A PGE precisa liderar essa mediação. Caso contrário, a burocracia trava tudo de novo”, criticou.
Pedro Longo fez ainda um apelo direto ao governador Gladson Cameli, pedindo providências imediatas. “Não é só uma questão de desenvolvimento, é uma questão humanitária. O povo está isolado, passando por dificuldade, e o Estado precisa agir. Que o governador exija da PGE o protagonismo jurídico necessário para destravar esse projeto”, disse.
Para o parlamentar, garantir o acesso terrestre aos municípios isolados do Vale do Juruá é uma medida urgente para evitar o desabastecimento, combater a inflação local e assegurar dignidade às famílias da região.
Redação Rede Cipó News