Chegar a Porto Walter, no Vale do Juruá, segue difícil. Com a estrada interditada há cerca de um ano por decisão judicial e o rio em período de seca, a única saída tem sido viajar de barco, trajeto que pode levar de seis horas a até dois dias.
O comerciante Jean Maia contou que precisou de dois dias para chegar ao município. “No ano passado vim de carro e levei apenas cinco horas. De barco, além do tempo maior, os custos também aumentam”, disse.
Para reduzir o percurso, alguns moradores usam parte do trajeto por estrada até Foz do Paraná e depois seguem de barco, mas ainda assim a viagem demora mais. O comerciante Demétrio da Silva destacou as perdas no abastecimento. “No inverno, a viagem com mercadorias pode durar até um dia e meio. No verão, chega a cinco dias. Muitos alimentos perecíveis, como tomates e frango, estragam no caminho”.
Na semana passada, o deputado federal Zezinho Barbary informou que a Justiça reduziu a multa aplicada ao Estado de R$ 1 milhão para R$ 500 mil, mas manteve a exigência de novos estudos ambientais antes da reabertura do ramal. Ele afirmou que já destinou R$ 200 mil para o processo, mas ainda é necessário cerca de R$ 1,5 milhão.
Enquanto isso, moradores e comerciantes enfrentam longas viagens pelo rio e aguardam a liberação definitiva da estrada, que reduziria o trajeto para cerca de quatro horas.