A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (16) a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 3/2021, conhecida como PEC da Blindagem, em primeiro turno. O texto recebeu 353 votos favoráveis, 134 contrários e uma abstenção, e ainda precisará passar por um segundo turno antes de seguir para o Senado.
A proposta determina que investigações ou prisões de parlamentares só poderão ocorrer com autorização prévia do Congresso Nacional, criando um verdadeiro escudo de proteção para políticos que eventualmente estejam envolvidos em crimes.
A vergonha acreana: quase unanimidade pela blindagem
No Acre, o resultado foi um retrato do distanciamento entre os representantes e a sociedade. Sete dos oito deputados federais acreanos votaram a favor da PEC, legitimando uma medida que, na prática, abre caminho para a impunidade:
Antônia Lúcia (Republicanos)
Coronel Ulysses (União Brasil)
Eduardo Velloso (União Brasil)
Meire Serafim (União Brasil)
Roberto Duarte (Republicanos)
Zé Adriano (PP)
Zezinho Barbary (PP)
Apenas Socorro Neri (PP) teve a coragem de enfrentar a pressão e votar contra a proposta, honrando a confiança popular e se diferenciando da maioria submissa da bancada.
Um voto alinhado ao bolsonarismo
A aprovação da PEC da Blindagem teve forte apoio da base bolsonarista, que defende um modelo de Congresso intocável, imune a investigações e distante da fiscalização da Justiça. Os deputados do Acre que apoiaram a medida reforçam sua ligação com esse projeto político, que privilegia os poderosos e enfraquece os mecanismos democráticos.
A justificativa é sempre a mesma: proteger o “mandato” da suposta perseguição judicial. Mas, na prática, o que está em jogo é o direito de qualquer cidadão ver seus representantes prestando contas à lei, algo que a PEC dificulta e até inviabiliza.
A maior vergonha política recente do Acre
É inaceitável que um estado com tantos problemas sociais, econômicos e de segurança pública tenha 90% de sua bancada federal votando por uma PEC que beneficia apenas a si própria.
Enquanto a população sofre com desemprego, violência e falta de infraestrutura, nossos deputados se ocupam em aprovar medidas que os blindam da Justiça.
Essa votação é, sem dúvida, uma das maiores vergonhas da história recente do Acre. Ela mostra que, para a maioria dos parlamentares acreanos, o compromisso não é com o povo, mas com a autopreservação de privilégios e com a cartilha bolsonarista de ataque às instituições.
povo precisa reagir
É preciso registrar os nomes desses parlamentares e lembrar, nas próximas eleições, quem trabalhou pela blindagem da própria classe política em vez de lutar pelos interesses da sociedade. A votação da PEC da Blindagem será um divisor de águas para medir quem está do lado da democracia e quem está do lado da impunidade.
O Acre merece representantes que defendam os cidadãos, não os privilégios de Brasília.



















