
Confirmação de foco em granja comercial com 17 mil aves mortas provoca reação imediata das autoridades sanitárias
Montenegro (RS) – Autoridades sanitárias iniciaram neste sábado (data) a instalação de sete barreiras de desinfecção em pontos estratégicos das estradas rurais de Montenegro, no Vale do Caí, após a confirmação de um foco de Influenza Aviária H5N1 de Alta Patogenicidade (HPAI) em uma granja comercial. A ocorrência resultou na morte de cerca de 17 mil aves, mobilizando órgãos estaduais e federais.
O objetivo das barreiras é conter a disseminação do vírus, que apresenta elevada taxa de contágio e letalidade em aves. A operação é conduzida pela Secretaria da Agricultura do Rio Grande do Sul, com apoio do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
Medida visa impedir disseminação do vírus
As barreiras sanitárias estão sendo instaladas em corredores logísticos considerados de alta vulnerabilidade, onde há maior fluxo de veículos ligados à cadeia produtiva agropecuária. Veículos de transporte de animais vivos, rações, insumos e derivados deverão obrigatoriamente passar por procedimentos de desinfecção, com produtos virucidas certificados.
Cada barreira conta com baias laterais para desvio dos veículos, onde serão aplicadas soluções desinfetantes nas rodas e na parte inferior das carrocerias.
Funcionamento e monitoramento
A previsão inicial é de que as barreiras funcionem por um período mínimo de sete dias, podendo ser prorrogado conforme a evolução das análises laboratoriais e a situação epidemiológica. A cidade de Montenegro foi oficialmente incluída em estado de emergência zoossanitária.
Suspensões internacionais afetam exportações
A confirmação do foco comercial no Brasil provocou reação imediata no comércio internacional. Vários países já anunciaram a suspensão temporária da importação de aves e produtos avícolas brasileiros, em especial aqueles provenientes do estado do Rio Grande do Sul.
Entre os países que impuseram restrições estão:
China, suspensão ampla conforme protocolo bilateral
Japão, embargo restrito à produção oriunda de Montenegro;
África do Sul bloqueio completo às importações do Brasil;
Estados Unidos, proibição da entrada de produtos da zona afetada;
União Europeia medidas cautelares adotadas por alguns membros;
Argentina, interrupção temporária das compras do setor avícola brasileiro.
O governo brasileiro busca aplicar o princípio da regionalização, defendendo que a suspensão se limite à área afetada, sem comprometer toda a cadeia exportadora nacional.
Recomendações aos produtores e veterinários
As autoridades sanitárias reforçam o alerta aos produtores, veterinários e transportadores rurais quanto à importância da vigilância ativa. Sinais clínicos como apatia, queda de produção de ovos e mortalidade repentina devem ser prontamente comunicados aos Serviços Veterinários Oficiais (SVO).
O cumprimento rigoroso das normas de biossegurança, a restrição de acesso às granjas e a colaboração com os protocolos de desinfecção são considerados fundamentais para evitar a propagação do vírus para outras regiões produtoras.