O sistema penitenciário do Acre voltou a registrar um cenário de forte pressão, com um salto significativo na população carcerária. Dados do Painel de Análise Situacional do Ministério Público do Acre (MPAC), baseados em informações do Instituto de Administração Penitenciária (Iapen), mostram que o estado viu seu número de detentos disparar 45% em apenas um ano.
Em setembro de 2025, o Acre contabilizava 8.455 pessoas privadas de liberdade. No mesmo mês do ano anterior, o total era de 5.490. A variação representa o maior crescimento no número de presos observado nos últimos oito anos e contrasta com o período entre 2019 e 2024, quando os registros demonstravam redução constante.
Mesmo com a ampliação das vagas no sistema prisional, que passaram de 5.490 em 2024 para 7.280 em 2025, o número ainda está distante do necessário. O déficit atual é de 2.047 vagas, reforçando o problema histórico de superlotação nas unidades penais do estado.
Os dados também revelam o perfil predominante dos apenados. A maior parte dos presos está na faixa de 25 a 29 anos, com 26,62% do total. Em seguida vêm os jovens entre 18 e 24 anos.
A população masculina representa 93,52% dos encarcerados (7.505 pessoas), enquanto as mulheres somam 520 detentas, correspondendo a 6,48%.
Em relação à raça/cor, 82,92% dos presos se declaram pardos, 7,53% pretos e 0,94% brancos. Os demais pertencem às categorias indígena, amarela ou não informada.
A escolaridade também chama atenção: quase metade dos detentos (48,94%) não concluiu o ensino fundamental. Apenas 10,77% chegaram ao ensino médio completo. A maioria dos encarcerados (62,2%) é solteira, 23,82% vive em união estável e 11,09% é casada.
O levantamento aponta ainda a presença de estrangeiros entre os apenados. Ao todo, há presos vindos de países como Peru (16), Colômbia (5) e Bolívia (4). Também foram registrados detentos da Venezuela, Serra Leoa, Argentina, Espanha e Portugal, um de cada nacionalidade.
Segundo o relatório, as principais causas de encarceramento no Acre continuam sendo tráfico de drogas, roubo e homicídio simples, mantendo um padrão semelhante ao registrado em anos anteriores.


















